Dados do Trabalho

Título

SOBREVIDA DO ENXERTO RENAL EM UMA COORTE DE PACIENTES TRANSPLANTADOS COM DSA: ANALISE DE 10 ANOS

Introdução

No estado do RJ a prova cruzada é realizada por CDC para pacientes em fila de transplante com doador falecido e o transplante é realizado mediante prova cruzada negativa independente da presença de DSA. Observamos a sobrevida do enxerto a longo prazo nesse contexto imunológico para avaliação desta estratégia.

Material e Método

Estudo de coorte com pacientes maiores de18 anos, com DV e DF, transplantados entre 03/2012 e 12/2012 em centro único com acompanhamento de 10 anos. Foi comparada a sobrevida do enxerto e TFG entre os grupos com DSA e sem DSA.

Resultados

Dos 71 pacientes incluídos no estudo 15 (21%) tinham DSA na amostra pré-tx imediato pelo LABScreen® single antigen beads, média do MFI CLI foi de 6.018 ± 4.958 e CLII de 6.673 ± 8.167, grupo com DSA. Dois pacientes nesse grupo apresentaram RAMA tratados com plasmaférese + IVIG com boa resposta, e 2 tiveram perda do enxerto não relacionada à rejeição no primeiro ano após o Tx. Nenhum paciente do grupo sem DSA apresentou RAMA no primeiro ano. Não houve diferença na sobrevida do enxerto, bem como na TFG (CKD-EPI) em 10 anos, entre os grupos com e sem DSA respectivamente, 71,4% x 77,8%, p= 0,43; 52,5 ml/min x 61,23 ml/min, p= 0,42. Ao comparar pacientes com perda do enxerto com aqueles que mantiveram enxerto funcionante, observamos diferença na frequência de doador > 60 anos (66,7% x 33,3% p = 0,01), ocorrência de FRE (45% x 21% p=0,04) no PRACLII > 20% (62,5% x 37,5% p=0,03) e ocorrência de rejeição aguda clínica (40% x 15% p = 0,05).

Discussão e Conclusões

Nosso estudo demonstrou uma sobrevida do enxerto comparável entre os grupos com e sem DSA validando nosso protocolo de dar oportunidade de transplante para esses pacientes com níveis baixos de DSA no pré transplante. Nesse contexto, é fundamental monitorar de forma sequencial os DSA após o transplante.

Palavras Chave

DSA, RAMA, sobrevida do enxerto