Dados do Trabalho

Título

TRANSPLANTE HEPATICO NA DOENÇA POLICISTICA

Introdução

A doença hepática policística (DHP) é uma patologia genética e autossômica dominante. A DHP evolui com hepatomegalia e ocasionalmente, síndrome compartimental abdominal.

Material e Método

Estudo observacional, retrospectivo e analítico, analisando 7 pacientes submetidos ao transplante hepático (TH). Todos receberam situação especial pela Câmara Técnica de TH, com escore MELD 20.

Resultados

Foram realizados 2.221 transplantes de fígado, destes, apenas 7 (0,3%) foram por DHP cursando com síndrome compartimental grave. 100% das pacientes eram do sexo feminino. A idade de início dos sintomas foi em média 38,5 ± 6,16 anos (30 – 50 anos). Os principais sintomas foram aumento do volume abdominal (100%), astenia (57,1%), dor abdominal (42,8%), plenitude (42,8%) e vômitos (28,5%). O tempo médio em lista foi de 100,14 ± 76,06 dias (12 – 224 dias). A média de idade no TH foi de 46,42 ± 6,97 anos (39 – 57 anos). Todos os TH foram realizados com enxertos de doador falecido. Dois pacientes receberam transplante combinado fígado-rim. A técnica cirúrgica utilizada foi piggyback em 4 casos e com ressecção de veia cava nos outros 3 pacientes. Sem necessidade de terapia renal substitutiva no pós-operatório. Uma paciente foi a óbito um ano após o transplante, por câncer de mama metastático. As demais 6 pacientes (85,7%) seguem em acompanhamento ambulatorial com funções hepática e renal normais. Imunossupressão básica com tacrolimo e micofenolato sódico, com tempo de transplante variando de 6 a 162 meses e boa qualidade de vida.

Discussão e Conclusões

O TH é a única opção terapêutica curativa na DHP com síndrome compartimental abdominal. No entanto, a indicação deve ser discutida amplamente com a equipe multidisciplinar, levando-se em conta o risco cirúrgico e os efeitos adversos da imunossupressão.

Palavras Chave

Transplante de fígado; síndrome compartimental abdominal