Dados do Trabalho

Título

DOUTOR, QUERO DOAR MEU RIM!

Introdução

O transplante renal com doador vivo é o tratamento padrão ouro para a doença renal crônica avançada. Paradoxalmente, menos de 15% dos transplantes renais do Brasil possui como fonte do órgão a doação em vida. O objetivo do presente estudo é descrever a avaliação pré-transplante do doador vivo.

Material e Método

Estudo retrospectivo observacional. Foram analisados todos os candidatos a doação em vida avaliados entre 2015 a 2022 em um único centro. Os pacientes foram divididos em 2 grupos: Aqueles que tiveram sua doação efetivada e aqueles que foram contraindicados por qualquer razão.

Resultados

Dos 1227 candidatos à doação que passaram na avaliação, apenas 223 (18,2%) efetivaram a doação. Quando comparados os grupos, os pacientes que prosseguiram para a doação eram mais velhos (43,2 vs 41,6 anos, p<0.001), apresentavam menor IMC (26.9 vs 28, p<0.001) e eram menos hipertensos (4.9% vs 11.5%, p=0.004). Ao responder o Questionário de Avaliação do Desejo de Doar, aqueles contraindicados apresentaram menor pontuação (33.6 vs 31.1 - Pontuação max=40, p<0.001). Não foi observada diferença nas variáveis socioeconômicas (nível educacional e renda familiar) entre os grupos.
As maiores causas de contraindicação foram: Incompatibilidade imunológica (ABO ou Prova cruzada positiva - 18,9%); Obesidade (16.3%); Hipertensão 14.8%.

Discussão e Conclusões

A maioria dos doadores que comparecem para avaliação não tem seu desejo efetivado, majoritariamente por motivos clínicos. Estratégias de educação e incentivo a doação em vida devem ser estimuladas, visando atender a demanda daqueles pacientes que se acumulam em lista, com alta mortalidade em terapia renal substitutiva.

Palavras Chave

Transplante renal
Doador vivo