Dados do Trabalho

Título

RINS QUE VIAJAM

Introdução

Com o maior programa público de transplante do mundo, o Brasil enfrenta desafios logísticos na alocação de órgãos de doadores falecidos. Nosso objetivo é avaliar o deslocamento interestadual de rins captados que não foram alocados em seus respectivos estados.

Material e Método

Realizamos uma análise retrospectiva dos dados de todos os rins captados e transplantados no Brasil de janeiro de 2019 a maio de 2023. Durante esse período, foram realizados 20.349 transplantes renais com doadores falecidos, sendo que 2.654 (13%) desses transplantes envolveram órgãos originados de um estado diferente do qual foram implantados.

Resultados

Dos estados brasileiros, apenas 1 (AP) não registrou nenhuma doação de rim nesse período, e seis estados (AP, AM, MT, RR, SE e TO) não realizaram nenhum transplante renal com doadores falecidos. O estado de Santa Catarina (SC) foi o que mais forneceu rins para serem implantados em outros estados, com um total de 427 órgãos, representando 28,6% de todos os rins captados nesse estado, seguidos de PR 365 (16%) e CE 305 (26%). Por outro lado, o estado de São Paulo (SP) recebeu o maior número de rins de outros estados, totalizando 747 órgãos, o que representa 11% de todos os transplantes renais com doadores falecidos realizados no estado. Os estados com a maior proporção de rins originados de outros estados são Pernambuco (PE) com 39%, Goiás (GO) com 38%, Pará (PA) com 31% e Rio Grande do Sul (RS) com 29%.

Discussão e Conclusões

A capacidade logística na distribuição de órgãos possibilitou a realização de 2.654 transplantes renais adicionais no Brasil. Observamos disparidades regionais na captação de rins, sendo ainda mais acentuadas nos transplantes renais, com seis estados sem realizar nenhuma atividade nesse tipo de transplante.

Palavras Chave

Rins
Logistica
Alocação