Dados do Trabalho

Título

FIGADOS QUE VIAJAM

Introdução

Com o maior programa público de transplante do mundo, o Brasil enfrenta desafios logísticos na alocação de órgãos de doadores falecidos. Nosso objetivo é avaliar o deslocamento interestadual de fígados captados que não foram alocados em seus respectivos estados.

Material e Método

Realizamos uma análise retrospectiva dos dados de todos os fígados captados e transplantados no Brasil de janeiro de 2019 a maio de 2023. Durante esse período, foram realizados 8.609 transplantes hepáticos com doadores falecidos, sendo que 1.107 (12.9%) desses transplantes envolveram órgãos originados de um estado diferente do qual foram implantados.

Resultados

Dos estados brasileiros, apenas 1 (AP) não registrou nenhuma doação de fígado nesse período, e 10 estados (AP, AM, MS, MT, PI, RN, RO, RR, SE e TO) não realizaram nenhum transplante hepático com doador falecido. O estado de Santa Catarina (SC) foi o que mais forneceu fígados para serem implantados em outros estados, o total de 235 órgãos, representando 30,5% de todos os fígados captados no estado, seguidos de GO 143 (80%) e BA 94 (37%). Por outro lado, o Distrito Federal (DF) recebeu o maior número de Fígados de outros estados, totalizando 334 órgãos, o que representa 76% de todos os transplantes hepáticos com doadores falecidos realizados no DF. Os estados com a maior proporção de fígados originados de outros estados são AC com 79%, DF 76%, PE 18,3% , RJ 17,6% e CE com 15,8%.

Discussão e Conclusões

A capacidade logística na distribuição de órgãos possibilitou a realização de 1.107 transplantes hepáticos adicionais no Brasil. Observamos disparidades regionais na captação, sendo ainda mais acentuadas nos transplantes hepáticos, com 10 estados sem realizar nenhuma atividade nesse tipo de transplante.

Palavras Chave

Fígado
Locação
Logística