Dados do Trabalho

Título

RE-TRANSPLANTE POR TROMBOSE TARDIA DE ARTERIA HEPATICA: RESULTADOS DE 12 ANOS EM CENTRO UNICO.

Introdução

A trombose de artéria hepática é a complicação vascular mais comum dos transplantes de fígado, sendo uma das principais causas de perda de enxerto. A depender do momento de diagnóstico, pode ser classificada em precoce ou tardia, o ponto de corte para essa classificação varia na literatura, aqui adotamos o mesmo do sistema nacional de transplantes, que considera a trombose tardia a partir do 16º dia.

Material e Método

Foi realizada uma análise retrospectiva dos casos transplantados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo entre janeiro de 2010 e dezembro de 2022, a partir da base de dados da coordenação do serviço e revisão de prontuários.

Resultados

No período analisado, foram realizados 1378 transplantes hepáticos, sendo 147 re-transplantes, dos quais foram observados 33 casos (2,39%) de trombose precoce e 16 (1,16%) de trombose tardia. Entre os 16 casos de trombose tardia, com idade entre 19 e 66 anos, 11 (68,7%) eram do sexo masculino. O tempo entre o transplante prévio e o re-transplante variou entre 56 dias e 25 anos, com mediana de 190 dias. Três pacientes evoluíram com disfunção primária do enxerto com indicação de re-transplante e cinco pacientes faleceram no período perioperatório.

Discussão e Conclusões

A trombose arterial é uma complicação rara, mas grave pós transplante, sendo a segunda principal indicação de re-transplante, com mortalidade significativa, sobretudo no primeiro mês. A incidência no presente levantamento está de acordo com o observado em relatórios anteriores (2-9%), bem como o predomínio no sexo masculino. Sua repercussão clínica varia sobretudo de acordo com o tempo de estabelecimento da trombose, no entanto, as diferentes definições adotadas tornam difícil a comparação entre resultados.

Palavras Chave

Transplante de fígado; Re-transplante; Trombose de artéria hepática; Trombose tardia.