Dados do Trabalho
Título
OSTEOSSARCOMA DE FEMUR EM TRANSPLANTE CARDIACO PEDIATRICO
Introdução
A quimioterapia com antraciclinas pode causar cardiotoxicidade, levando à cardiomiopatia dilatada e insuficiência cardíaca congestiva. Em certos casos, o transplante cardíaco pode ser necessário antes do período ideal de espera, 3 a 5 anos após o tratamento oncológico. Este estudo relata um caso clínico abordando os desafios no manejo da miocardiopatia dilatada associada ao tratamento quimioterápico destacando a importância da abordagem multidisciplinar no cuidado desses pacientes
Relato do Caso
Paciente B.N.V.S., 13 anos, sexo feminino com osteossarcoma de fêmur direito e metástase pulmonar. Desenvolveu disfunção miocárdica devido à cardiotoxicidade da doxorrubicina. Apresentou ICC refratária, múltiplas internações, complicações neurológicas e trombos no ventrículo esquerdo e carótida. Realizou transplante cardíaco no mês nove de 2021 após avaliação multidisciplinar confirmar ausência de progressão da doença oncológica. Atualmente em tratamento com vários medicamentos, mostrando evolução favorável
Resultados
Os exames revelaram alterações cardíacas importantes. No Doppler tecidual, foi observado regurgitação nas valvas atrioventriculares, disfunção sistólica moderada em ambos os ventrículos e derrame pericárdico laminar. A fração de ejeção do ventrículo direito foi estimada em 30% e do ventrículo esquerdo em 28% pelo método de "Simpson". Essas descobertas indicam comprometimento cardíaco importante
Discussão e Conclusões
O transplante cardíaco é uma opção terapêutica desafiadora em pacientes oncológicos com ICC refratária e complicações de toxicidade cardíaca por antracíclicos. A decisão considera a remissão da doença oncológica e os riscos associados à imunossupressão pós-transplante. O acompanhamento multidisciplinar é fundamental para garantir o sucesso do transplante e a melhor qualidade de vida do paciente
Palavras Chave
Transplante cardíaco, Osteossarcoma, Disfunção miocárdica, Quimioterapia.
Área
CORAÇÃO/PULMÃO
Instituições
EEUSP - São Paulo - Brasil, FMUSP - São Paulo - Brasil, HCFMUSP - São Paulo - Brasil, InCor - São Paulo - Brasil, Instituto da Criança e do Adolescente - São Paulo - Brasil, Instituto de Tratamento do Câncer Infantil - São Paulo - Brasil, Universidade de Oxford - - Virgin Islands (England)
Autores
Estela Azeka, Caroline Cardoso Medeiros Chaves, Joshua Navarajasegaran, Matheus Henrique De Freitas Moreira, Adailson Wagner DA Silva Siqueira, Vicente Odone Filho, Marcelo Biscegli Jatene