Dados do Trabalho

Título

ESTENOSES BILIARES NAO ANASTOMOTICAS POS-TRANSPLANTE - RESULTADOS DE UM CENTRO APOS A INTRODUÇAO DA TECNICA HOPE

Introdução

A utilização da técnica HOPE (Hypothermic Oxygenated Liver Perfusion) em ampla expansão tem permitido a utilização de enxertos marginais e reduzido as complicações pós transplante hepático (TH). O nosso centro tem uma elevada taxa de estenoses biliares não-anastomóticas (ENA) pós-TH (16,9%). Um dos objetivos do uso da HOPE no nosso centro foi a redução da taxa de ENA; este estudo apresenta os resultados de após 2,5 anos de experiência.

Material e Método

Análise de dados dos TH realizados entre 08/2020 e 09/2022. Divisão em 2 grupos: grupo HOPE e grupo sem HOPE. Exclusão de casos com complicações arteriais e com follow-up < 6 meses. Significância: p<0,05.

Resultados

Na população global (98 casos) houve 9 casos de ENA (9,2%).
Grupo HOPE – 49 doentes, idade mediana (Q25-75) receptor 62 anos (55,5-66). Indicação mais frequente para transplante doença hepática alcoólica (34 casos – 69,4%). Dezasseis casos (32,7%) tiveram pedido urgente de fígado e 3 (6,1%) foram re-transplantes. Idade mediana (Q25-75) do dador 72 anos (64-77,5). Cinco casos (10,2%) desenvolveram ENA.
Grupo sem HOPE – 49 doentes, idade mediana (Q25-75) receptor 59 anos (51,5-63). Indicação mais frequente para transplante foi doença hepática alcoólica (29 casos – 59,2%). Treze casos (26,5%) tiveram pedido urgente de fígado e 5 (10,2%) foram re-transplantes. Idade mediana (Q25-75) do dador 60 anos (47-65). Quatro casos (8,2%) desenvolveram ENA.
Os grupos foram semelhantes na incidência de EBNA pós-TH (p=0,728), mas revelou-se significativa a diferença entre a idade dos dadores (p<0,001).

Discussão e Conclusões

Com a introdução da HOPE obtivemos uma redução importante na taxa de ENA pós-TH no nosso centro. O grupo HOPE, que utilizou enxertos mais marginais, obteve uma taxa de ENA semelhante ao grupo sem HOPE.

Palavras Chave

Estenose biliar não-anastomótica, HOPE, Transplantação Hepática