Dados do Trabalho

Título

A RETOMADA DAS DOAÇOES DE ORGAOS POS PANDEMIA: A REALIDADE EM NUMEROS

Introdução

Conforme a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, em 2022 a taxa de doação de órgãos e transplantes apresentou recuperação lenta após a fase mais crítica da pandemia por coronavírus, não retomando aos níveis prévios. Os transplantes de fígado adulto e pediátrico, coração e pulmão do Hospital de Clínicas de Porto Alegre são captados por uma equipe cirúrgica composta por cirurgiões e um enfermeiro coordenador, que se deslocam até o local onde o doador se encontra para realizar a cirurgia. Essa composição de equipe existe desde 2001, sendo pioneira na área.

Material e Método

Estudo longitudinal, com coleta de dados retrospectiva obtida pelos dados públicos da Comissão Intra-Hospitalar de Órgãos e Tecidos para Transplante, incluindo todas as captações de órgãos realizadas pelas equipes cirúrgicas e de enfermeiros coordenadores de retirada de múltiplos órgãos (RMO) entre janeiro de 2019 a maio de 2023.

Resultados

Em 2019, a equipe se deslocou 61 vezes para RMO, sendo 30 nos hospitais de Porto Alegre, 24 no interior do Rio Grande do Sul (RS) e 7 para outros estados. Dentre os órgãos a serem captados eram: 39 fígados, 10 pulmões e 12 corações. Nos 3 anos de pandemia, houve queda de RMO: 45 em 2020, 46 em e 41 em 2022, sendo o fígado o órgão mais captado. De janeiro a maio de 2023, tivemos 26 deslocamentos da equipe, nos quais: 9 captações em Porto Alegre, 13 no RS e 4 em outros estados, o fígado seguiu como órgão mais captado.

Discussão e Conclusões

Os dados dos primeiros meses de 2023 apontam para uma retomada de captações de órgãos ao nível de antes da pandemia, o que gera expectativa positiva. Mas é importante ressaltar que campanhas de conscientização da população para a doação de órgãos para transplantes são imprescindíveis para seu aumento, visto que a taxa atual não contempla a todos os doentes em lista de espera.

Palavras Chave

doação de órgãos, pandemia, enfermagem