Dados do Trabalho

Título

USO DE ECMO EM TRANSPLANTE PULMONAR: UMA ANALISE RETROSPECTIVA DO MAIOR CENTRO DE TRANSPLANTE PULMONAR NO BRASIL

Introdução

O uso de dispositivos de oxigenação extracorpórea por membrana (ECMO) nos diversos cenários do transplante pulmonar (TxP) tem se consolidado nos últimos anos. O estudo objetiva analisar uso da ECMO no TxP ao longo dos anos no maior centro atual de TxP do Brasil.

Material e Método

Estudo retrospectivo, unicêntrico, utilizando o banco de dados REDCap e revisão de prontuário eletrônico referente ao período de 2011 a 2022. Analisadas variáveis e análise estatística.

Resultados

50 receptores tiveram necessidade de suporte ECMO em algum momento do perioperatório. Destes, 12(24%) tiveram uso ECMO no pré-operatório (PRÉ) como ponte, com o uso extendido durante o intraoperatório (IO) (7 por hipoxemia/hipercapnia e 5 por instabilidade hemodinâmica); 8 destes casos com diagnóstico primário doença pulmonar fibrosante, sendo 4 por COVID-19; média de tempo ECMO PRÉ=42,5 dias, 75% de taxa decanulação e sobrevida=33,3 %. Estes receptores apresentaram maiores taxas de complicações clínicas e de traqueostomia.
No IO, excluindo os pacientes que mantiveram assistência PRÉ, foram 27 pacientes: 13 por hipertensão arterial pulmonar, 11 por instabilidade hemodinâmica; 13 com tórax aberto, 96,2% decanulação; 5,18 dias de ECMO pós-operatório (PÓS) e sobrevida=59,2%.
No PÓS, 35 receptores (24 deles com suporte extendido do IO), sendo que 5(14,2%) exclusivamente por disfunção primária do enxerto; decanulação 68,5% e sobrevida de 31,42%. 58% das ECMOs ocorreram nos últimos 3 anos. Na comparação entre os períodos pré e pós-COVID-19, houve aumento da taxa de decanulação (p=0,036).

Discussão e Conclusões

Observamos aumento no uso de ECMO nos últimos anos, possivelmente impulsionado pela disseminação decorrente da pandemia e consolidação das evidências acerca dos benefícios associados.

Palavras Chave

Transplante pulmonar; ECMO; assistência circulatória mecânica