Dados do Trabalho

Título

OS CENTROS DE TRANSPLANTE CARDIACO DE BAIXO VOLUME PODEM ALCANÇAR RESULTADOS DE REFERENCIA INTERNACIONAL?

Introdução

Melhorar os resultados é um grande desafio entre os programas de transplante cardíaco (TC), especialmente em centros de baixo volume que podem ter maiores taxas de mortalidade. Objetivo: Avaliar a sobrevida em médio prazo dos receptores de TC de um centro de baixo volume no Brasil após um profundo processo de reestruturação de acordo com as diretrizes internacionais de TC e compará-las com as nacionais e internacionais.

Material e Método

Foram revisados todos os receptores de TC consecutivos com mais de 14 anos entre junho/2015 a dezembro/2022 de um único centro de transplante. Um software baseado na web (WebPlot Digitizer) foi usado para comparar curvas de sobrevida de registros nacionais (ABTO) e internacionais (ISHLT) com nosso banco de dados.

Resultados

Foram incluídos 84 usuários de TC (11,2 TC/ano). Nenhum retransplante foi realizado durante o período do estudo, e apenas 1 paciente foi submetido a transplante de múltiplos órgãos (coração-rim). A média de idade dos pacientes foi de 50 ± 14 anos, 63% eram do sexo masculino e 54% tinham cardiomiopatia dilatada não isquêmica. Oito pacientes (10%) tinham esternotomia prévia e 66% estavam em INTERMACS < 3 no momento da TC. O tempo de isquemia do aloenxerto foi de 280 ± 63 minutos. A taxa de mortalidade hospitalar índice foi de 7,1%. O seguimento médio foi de 4,4 anos. A sobrevida pós-transplante em 1 ano foi: HCPA 90,4% (ABTO 71%; ISHLT 86%) e em 5 anos: HCPA 77,5% (ABTO 54%; ISHLT 74,9%).

Discussão e Conclusões

A sobrevida em nossa coorte foi semelhante aos registros nacionais e internacionais de referência. A aplicação do protocolo orientado por diretrizes internacionais e o uso de uma abordagem centrada no paciente podem ser fundamentais para melhorar a sobrevida em centros de TC de baixo volume.

Palavras Chave

Transplante cardíaco, sobrevida, centros de transplante