Dados do Trabalho

Título

PREVALENCIA DA HIPERTENSAO ARTERIAL SISTEMICA (HAS), DIABETES MELLITUS (DM), TABAGISMO E ALCOOLISMO ENTRE OS DOADORES DE MULTIPLOS ORGAOS E TECIDOS DE UMA ORGANIZAÇAO DE PROCURA DE ORGAOS (OPO) DA REGIAO SUL DO BRASIL

Introdução

No Brasil, as Organizações de Procura de Órgãos (OPO) desempenham um papel crucial na logística de busca por doadores de múltiplos órgãos (MO) e tecidos, permitindo tanto a doação quanto a coleta de dados relevantes sobre a história de saúde dos doadores. De acordo com o estudo Vigitel (2018), a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) (26.3%), Diabetes Mellitus (DM) (9.1%), tabagismo (9.1%) e alcoolismo (18.3%) apresentam uma prevalência significativa na população brasileira. Assim, infere-se que estas comorbidades também estejam presentes entre os doadores de órgãos. Tais informações podem ter repercussões nos transplantes realizados.

Material e Método

Trata-se de uma pesquisa descritiva, retrospectiva, com abordagem quantitativa, com análise do banco de dados de uma OPO na Região Sul do Brasil. A amostra foi composta pelo número de notificações de morte encefálica (ME) e doações efetivas de MO e tecidos, no período de 01/01/2019 a 11/04/2023.

Resultados

No período ocorreram 974 notificações de ME, que resultaram em 400 doações de MO e tecidos. Entre os doadores, a HAS foi a comorbidade mais prevalente (45%), seguida por tabagismo (38.5%), alcoolismo (21.5%), DM (13.5%) e drogadição (12,3%).

Discussão e Conclusões

Ainda são poucos os estudos sobre a prevalência de comorbidades nos doadores de MO e tecidos. Estudo realizado analisando 305 doadores, entre 2006 e 2010, em uma OPO de Campinas, mostrou a prevalência de HAS (27%), tabagismo ou alcoolismo (20%) e DM (4.3%). Os estudos denotam uma diferença significativa, sendo, pois, difícil de mensurar a real prevalência das comorbidades nos doadores de MO e tecidos. Novos estudos acerca do tema se fazem necessários para melhor entender as prevalências destas comorbidades nos doadores e suas possíveis repercussões.

Palavras Chave

Comorbidades; Doação de órgãos; Epidemiologia.