Dados do Trabalho

Título

VIREMIA POR CMV NOS SEIS PRIMEIROS MESES APOS TRANSPLANTE DE FIGADO: DISTRIBUIÇAO TEMPORAL E CARGA VIRAL

Introdução

A infecção por citomegalovírus (CMV) ainda é um dos principais fatores de morbidade após transplante de fígado (TF), tanto por seus efeitos diretos quanto indiretos. Os efeitos indiretos estão relacionados à replicação viral, independentemente da presença de sintomas. Conhecer a dinâmica da replicação viral após o TF pode auxiliar no planejamento de intervenções preventivas e terapêuticas. O objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência de viremia pelo CMV nos seis primeiros meses após o TF.

Material e Método

Estudo retrospectivo, descritivo. Incluídas todas as amostras analisadas de pacientes nos primeiros 6 meses pós-TF, de 2018 a 2022. As amostras foram coletadas como protocolo de vigilância do Serviço, e processadas por reação de polimerase de cadeia (PCR) em tempo real, com quantificação absoluta no plasma, e resultados expressos em UI/ml. Os dados foram obtidos dos bancos de dados do Laboratório Central e da Divisão de Transplante.

Resultados

Foram realizados no período 646 TF, e 532 coletaram pelo menos uma amostra para CMV (84% nos primeiros 4 meses) – 53,6% do sexo masculino, mediana idade 51a (14-74). O PCR foi positivo em pelo menos uma amostra em 401 pacientes (401/532-75,4%), e 165 (31%) tiveram 4 ou mais amostras positivas. A positividade semanal, por amostras coletadas, variou de 9% (primeira semana) a 72% (sétima semana), com pico de positividade entre a quinta e a sétima semana (5-70%, 6-62% e 7-72%). A mediana da carga viral foi de 1.270 UI/ml (33-17.967.176).

Discussão e Conclusões

Viremia por CMV foi detectada em grande proporção dos pacientes nos seis primeiros meses após TF, com pico de ocorrência no segundo mês. A determinação da dinâmica viral pode auxiliar no planejamento de intervenções preventivas, diagnósticas e terapêuticas.

Palavras Chave

CMV, citomegalovírus, viremia, PCR, carga viral, transplante de fígado