Dados do Trabalho

Título

SARCOMA DE KAPOSI (SK): APRESENTAÇAO PRECOCE E INDOLENTE APOS TRANSPLANTAÇAO RENAL.

Introdução

O risco de desenvolver SK em doentes transplantados é cerca de 400-500 vezes superior ao da população em geral, ocorrendo mais frequentemente em zonas endémicas de herpes vírus 8 (VH8) e no género masculino. A reativação dessa infeção é a principal causa da doença, ao contrário da ocorrência atribuída à transmissão pelo dador. O tempo médio de diagnóstico é de cerca de dois anos sendo que as manifestações clínicas são semelhantes ao SK clássico com lesões angiomatosas e linfedema dos membros inferiores.

Relato do Caso

Homem de 71 anos, com antecedentes de doença renal crónica secundária nefropatia diabética submetido a transplante renal e atualmente com disfunção crónica com TFG (CKD-EPI) 49ml/min/1.73m2. Seis meses após transplante objetivo, de novo, lesões nodulares violáceas, de cerca de 1-2cm de diâmetro dispersas nos membros inferiores.

Resultados

Pela suspeição de SK foi realizada biópsia cutânea que mostrou histologia típica e positividade para VH8, confirmando diagnóstico. Do estudo realizado, a destacar positividade para PCR sérico VH8 (VIH negativo). Não foi objetivado atingimento visceral ou pulmonar. Foi alterado esquema de imunossupressão para everolimus e exposição diminuída a inibidor calcineurina com melhoria marcada das lesões cutâneas do doente.

Discussão e Conclusões

O SK responde a redução ou descontinuação da terapêutica imunossupressora e essa deve ser a primeira opção terapêutica. O potencial de redução da incidência de SK com a utilização de mTOri prende-se com a redução da carga IS mais do que o seu efeito anti-tumoral intrínseco. Este caso realça a incipiente e precoce apresentação de SK após transplantação renal.

Palavras Chave

transplantação renal, Sarcoma, Kaposi