Dados do Trabalho

Título

ANEMIA RECIDIVANTE POR PARVOVIRUS B19 (PB19), QUANDO O TRATAMENTO E DESAFIANTE

Introdução

A infeção PB19 é a terceira mais comum no primeiro ano pós – transplante renal. Estes doentes apresentam manifestações clínicas severas nomeadamente anemia com aplasia medular. As recorrências são frequentes e tratadas com imunoglobulina intravenonosa (IGIV) não existindo até a data nenhum fármaco específico.

Relato do Caso

Homem de 43 anos, transplantado em janeiro 2022, que evoluiu com função tardia e disfunção crónica aloenxerto com TFG (EPI-CKD) estimada de 37ml/min/1,73m2 com anemia aguda grave anemia aguda grave em contexto de infeção PB19 dois meses após transplante.

Resultados

Foi realizada suspensão de antiproliferativo e instituída terapêutica com IGIV com resolução anemia e redução da virémia tendo reiniciado IS tripla. Apesar do tratamento instituído e excluída patologia hematológica primária, o doente apresentou duas recidivas em oito meses tratadas com IGIV. No último episódio, por agravamento da função do aloenxerto, realizou biópsia que revelou rejeição borderline (Banff 2019). Decidido não tratar dada a infeção ativa PB19 alterando-se IS para um esquema Transform. Até à data, e após 4 meses do último episódio, o doente mantém-se sem anemia e com contagens víricas baixas.

Discussão e Conclusões

O tratamento da infeção PB19 recidivante não está totalmente esclarecido e as opções mais consensuais incluem diminuição da IS com risco de rejeição ou foscarnet cuja toxicidade renal e a disfunção deste doente não permitiram a sua utilização. A administração regular de IGIV também apresenta os seus riscos bem como inconveniente na administração em regime hospitalar. A redução dos inibidores da calcineurina é fundamental para o controlo da infeção e as propriedades antivirais dos inibidores mTOR parecem ter efeito no tratamento dos casos refratários.

Palavras Chave

transplantação renal, parvovirus