Dados do Trabalho

Título

MANEJO CLINICO DOS PACIENTES COM TUBERCULOSE NO POS-TRANSPLANTE HEPATICO

Introdução

O diagnóstico de tuberculose (TB) em receptores de transplante hepático (TH) enseja desafios pela evolução da doença nesta população assim como pela hepatoxicidade (HTx) dos esquemas tuberculostáticos. A modulação da imunossupressão (IS) e a individualização do tratamento são determinantes neste cenário. O objetivo do estudo foi a descrição da TB, seu manejo clínico e evolução no pós-TH.

Material e Método

Descrição de casos de TB em receptores adultos de TH, no período de abril de 1991 a dezembro de 2021. Análise de variáveis do receptor, tratamento tuberculostático, regime de IS e biópsia hepática (BH).

Resultados

Durante o período do estudo, 269 TH foram realizados, sendo diagnosticados 4 (1,5%) casos de TB. Indicação ao TH: HAI em 2, AVB e cirrose por álcool, ambos em 1. Diagnóstico pós-TH: 3 pacientes até 2 anos e 1 paciente no 1º trimestre. TB disseminada em 2, acometimento pleural e pulmonar: em 1 paciente. Após o diagnóstico todos tiveram suspensão da IS e início dos tuberculostáticos, sendo utilizado esquema convencional (RIPE) em dose plena. Todos apresentaram alterações de enzimas hepáticas (EH) sugestivas de HTx, motivo de redução de dose em 1 e utilização de esquema alternativo em 3, 2 utilizaram Levofloxacino, Etambutol e Linezolida e 1 utilizou Levofloxacino, Etambutol, Rifampicina e Amicacina. A média de tempo de suspensão da IS foi de 63,3 dias (8 – 190 dias). BH por alteração de EH foi realizada em 1 paciente para a diferenciação entre rejeição e HTx, auxiliando na conduta de reinício da IS. Todos os pacientes apresentaram boa evolução.

Discussão e Conclusões

A individualização do esquema tuberculostático e a modulação da IS são peças fundamentais no tratamento destes pacientes. A BH é ferramenta importante no auxílio do manejo clínico destes pacientes.

Palavras Chave

Transplante Hepático, Tuberculose Pulmonar, Imunossupressão.