Dados do Trabalho


Título

DE QUE MORREM OS PACIENTES TRANSPLANTADOS DO FIGADO A PARTIR DE 3 MESES POS-TRANSPLANTE ATE 1 ANO?

Introdução

A mortalidade pós transplante (tx) hepático é maior nos primeiros 90 dias de pós-operatório e os óbitos frequentemente se associam a complicações cirúrgicas ou infecciosas. Entretanto, pacientes transplantados que faleceram após 3 meses são pouco estudados. O objetivo deste trabalho é analisar a mortalidade entre 90 e 365 dias pós tx.

Material e Método

Avaliação de 116 pacientes adultos submetidos a tx de fígado no período entre Março/2016 à Maio/2022, sobreviventes aos primeiros 90 dias de pós operatório, divididos em grupos: pacientes (pct) que faleceram entre 90 e 365 dias pós tx (grupo 1, n=10) e pct vivos após 1 ano do tx (grupo 2, n=106). Foram comparados idade, indicação ao tx e gravidade pelo MELD-Na.

Resultados

43,1% dos receptores (recep) tinham idade entre 40,0 e 59,9 anos, sendo 64,7% do sexo masculino. O tx envolveu doador/recep de sexos diferentes em 56,9% das cirurgias, sendo doador feminino em 42,2% dos casos. A causa mais frequente de morte encefálica foi o acidente vascular encefálico (62,1%). Em 96,6%, o tempo de isquemia fria foi < que 12h. Em 42,2% o MELD-Na calculado estava entre 19 e 25 e 62,9% foram transplantados com MELD atribuído entre 19 e 25. Os retxs responderam por 3% dos procedimentos. Não houve diferença na análise de idade, MELD, sexo, dados do doador e tempo de isquemia entre os 2 grupos. No período estudado, os óbitos ocorreram após mediana de 125 dias (IIQ 60,3 dias) por rejeição crônica (n=3), sepse (n=3), recidiva tumoral (n=2), hepatite autoimune de novo (n=1) e microangiopatia trombótica (n=1).

Discussão e Conclusões

A mortalidade 90 a 365 dias pós tx hepático não esteve relacionada ao procedimento cirúrgico do tx ou a características do doador, sendo associada principalmente a causas imunológicas, infecciosas, neoplásicas (recidiva tumoral) e a outras complicações.

Palavras Chave

Transplante hepático, mortalidade tardia, rejeição crônica, sepse,

Área

FÍGADO – Rejeição crônica

Instituições

Santa Casa de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Autores

VICTOR GAUDENCIO SANTOS CAMINHAS, AGNALDO SOARES LIMA, SAMARA SARY ELDIM CAPANATI, ANA FLAVIA PASSOS RAMOS, BERNARDO COUTO FERREIRA, JÚLIA FARIA CAMPOS, ELISA BOTELHO CALILI, LEANDRO RIBEIRO CARVALHO FONSECA