Dados do Trabalho

Título

EPITOPOS HLA PARTILHADOS, A IMPORTANCIA DE TIPAGEM DO PARCEIRO

Introdução

A rejeição humoral ativa (RHA) é a principal causa de perda de enxerto imunomediada após transplante renal. A sensibilização prévia é fator de risco preponderante no desenvolvimento de anticorpos específicos de dador (DSA). Apresentamos um caso de uma doente com RHA subclínica 1 semana pós transplante.

Relato do Caso

Mulher de 48 anos com doença renal crónica estádio 5 por doença renal poliquística autossómica dominante (DRPAD) em diálise peritoneal, hipersensibilizada por 3 gestações prévias com um painel reativo de anticorpos calculado de 93,48%. Foi transplantada em programa nacional de dador cruzado, sem evidência de DSA pré-transplante. A cirurgia e o pós-operatório decorreram sem intercorrências e com função imediata do enxerto.

Resultados

Dado alto risco imunológico efetuou pesquisa de DSA: DR1 de 3300MFI (5ºdia) e de 7820MFI (13ºdia) e B41 1979 MFI (13ºdia). Realizou biópsia aloenxerto com evidência de RHA e realizou tratamento com imunoglobulina e plasmaférese. Dado o aparecimento precoce de anticorpos e tratando-se de uma resposta imunológica de memória, em contexto de aloimunização prévia por gestações testou-se o pai dos filhos (marido) verificando-se a existência de anticorpos contra este.

Discussão e Conclusões

A partilha de epletos entre marido e o dador foi o mecanismo responsável pelo desenvolvimento precoce de DSA. Este caso realça a importância de monitorização precoce de DSA em doentes hipersensibilizados pós transplante. A análise de mismatches epitópicos fornece uma avaliação mais detalhada e precisa da compatibilidade imune e poderá ser uma ferramenta útil na estratificação de risco, seleção de dador e monitorização pós-transplante.

Palavras Chave

transplantação renal, epítopos