Dados do Trabalho

Título

O TEMPO INTERFERE NA DECISAO FAMILIAR?

Introdução

No Brasil, em 2022, a taxa de negativas familiares foi de 45%. O desconhecimento da vontade do ente falecido ainda é o principal motivo das recusas. Entretanto, é necessário conhecer outros elementos que interferem na decisão das famílias. Objetivo desse trabalho é identificar a influência do tempo no consentimento familiar sobre doação de órgãos

Material e Método

Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo. Foram analisados o tempo de internação e do processo de doação das notificações efetivadas entre janeiro a dezembro de 2022 pela OPO da Escola Paulista de Medicina

Resultados

Em 2022 foram realizadas 311 entrevistas, obtendo-se 98 negativas familiares. O tempo médio do processo de doação foi 32,6 horas e de internação foi 6,1 dias. Observou-se que, a taxa de recusa familiar foi maior (58,1%) nos casos de potenciais doadores internados de 1 a 5 dias. Entretanto, quando o período de internação aumentou para 6 a 10 dias, a taxa de autorização (38,5%) se sobrepôs a de recusa (33%). O mesmo aconteceu quando o tempo de hospitalização foi de 11 a 15 dias. No que diz respeito ao tempo do processo de doação, não foram observadas diferenças consideráveis entre tais taxas

Discussão e Conclusões

Internações prolongadas proporcionam vínculos entre as equipes de saúde e as famílias, auxiliando na aceitação e no compreendimento do diagnóstico de morte encefálica. Além disso, tais tipos de internações permitem a melhor elaboração do luto e enfrentamento da perda. Esses fatores colaboram com as entrevistas familiares e, consequentemente com a autorização para a doação de órgãos. Entretanto, considera-se necessária a realização de novos estudos para identificar melhores estratégias de abordar e acolher famílias de potenciais doadores com menor tempo de internação

Palavras Chave

ENTREVISTA FAMILIAR; NEGATIVA FAMILIAR; PROCESSO DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS