Dados do Trabalho

Título

TESTE DE TOLERANCIA ORAL A GLICOSE COMO MARCADOR DE RISCO PARA DESENVOLVIMENTO DE DIABETES MELLITUS POS TRANSPLANTE RENAL

Introdução

A incidência de diabetes mellitus pós-transplante renal (DMPT) pode atingir 30% nos primeiros 6 meses, conferindo maior risco de perda do enxerto e mortalidade. Não há um biomarcador bem estabelecido para predição de risco de DMPT. O objetivo do estudo é avaliar o teste de tolerância oral à glicose após 2 h (TOTG), pré-transplante renal, como marcador de risco para desenvolvimento de DMPT.

Material e Método

Estudo unicêntrico de coorte retrospectiva, incluiu pacientes receptores adultos de transplante renal de doador falecido realizados entre
março de 2021 e junho de 2022. Critérios de exclusão: idade < 18 anos; diagnóstico prévio de DM; óbito, perda de seguimento e/ou perda de enxerto antes de 6 meses pós-transplante. Foram avaliados o resultado do TOTG pré-transplante, glicemia de jejum no transplante e nos meses 1, 3 e 6 pós-transplante. Para análise, foram considerados os grupos com diagnóstico de DMPT e sem DMPT.

Resultados

De 164 receptores de transplante realizados, 50 (30%) foram incluídos, 34 (68%) do sexo masculino, com idade média de 48,3±12,5 anos. Entre esses, 9 (18%) desenvolveram DMPT, 44% entre 3 e 6 meses pós-transplante. As características gerais e o tratamento imunossupressor foram semelhantes entre os grupos. A média de glicemia de jejum no TOTG pré-transplante foi significativamente superior no grupo DMPT (85,7±7,9 vs. 79,1±8,2, p=0,03). O número de pacientes com intolerância à glicose no TOTG pré- transplante foi significativamente superior no grupo DMPT. Os valores de glicemia de jejum foram semelhantes entre os grupos no 7º dia pós transplante e na alta hospitalar.

Discussão e Conclusões

A intolerância à glicose no TOTG pré-transplante mostrou associação com o desenvolvimento de DMPT em receptores de transplante sem diagnóstico prévio de DM.

Palavras Chave

Transplante de rim, Diabetes mellitus, Insuficiência renal crônica.