Dados do Trabalho

Título

CONTRIBUIÇAO DA VIOLENCIA URBANA NA DOAÇAO DE CORNEAS EM GOIAS

Introdução

A doação de córneas provenientes de doadores em morte encefálica (ME) e de coração parado (CP) tem aumentado nos últimos anos, porém ainda de forma insuficiente para reduzir a fila de espera por um transplante de córneas em Goiás.Objetivo: caracterizar o perfil dos doadores de córneas, tanto de ME quanto de CP, em Goiás.

Material e Método

Foi realizada uma análise descritiva e retrospectiva dos doadores de córneas em Goiás, de janeiro de 2022 a junho de 2023 pela Central Estadual de Transplantes de Goiás (CET-GO).

Resultados

Houve 519 doadores de córneas no período, com média de 29/mês. Doadores do gênero masculino (73%) predominaram. A média de idade dos doadores foi de 51 anos, com a maioria residentes na capital, Goiânia (47%) e Aparecida de Goiânia (21%). Do total de doadores, 85% eram provenientes de CP e 15% de ME. Das 1032 córneas doadas, 54% foram utilizados para fins de transplantes ópticos e 10% para não-ópticos. Das 185 (36%) doações descartadas, 85% foram devido às sorologias positivas, principalmente por HIV (43%) e hepatite B (36%). De todas as 147 (28%) causas associadas às mortes violentas, 46% foram por acidentes de trânsito, 22% por arma de fogo, 8% por arma branca, 6% trauma por força bruta e 19% por suicídio/enforcamento. Das demais causas destacam-se 32% por doenças cardiovasculares, 16% doenças cerebrovasculares e 7% traumatismo crânio encefálico.

Discussão e Conclusões

A maioria das córneas doadas em Goiás são provenientes de morte por CP, média de 51 anos de idade, gênero masculino e residente na capital. Cerca de 1/3 das doações foram descartadas, na maioria, por sorologias positivas. As causas mais frequentes de morte foram por doenças cardiovasculares e decorrentes da violência urbana, fatores relacionados a problemas socioeconômicos e culturais, bem como à saude física e mental da população.

Palavras Chave

Doação de córneas; violência urbana; epidemiologia