Dados do Trabalho

Título

TRANSPLANTE PULMONAR LOBAR – A EXPERIENCIA DE UM CENTRO

Introdução

A escassez de dadores é a maior limitação à realização de transplantes pulmonares (TP) a doentes com as mais diversas patologias. Os recetores a TP de baixa estatura, patologia restritiva e grupos sanguíneos mais raros têm maior dificuldade em obter um pulmão compatível. Uma das estratégias descritas para ultrapassar esta limitação é o recurso ao transplante lobar (TL). Os autores pretendem apresentar os seus resultados da TL.

Material e Método

Análise retrospetiva dos doentes submetidos a TL no Hospital de Santa Marta desde 2012 a 2022. As suas características clínicas, tempo de espera para o transplante e mortalidade foram avaliadas.

Resultados

Durante o período de 2012 a 2022 foram transplantados 355 doentes, dos quais 16 TL, sendo a maioria do sexo feminino (n=14; 87,5%) e com uma idade média de 43,4 ± 13,4 anos (entre 13 e 61). Relativamente às patologias cinco doentes tinham pneumonite de hipersensibilidade, três com fibrose quística, dois com FPI, dois com bronquiectasias, e os restantes (um por cada) com pneumonia intersticial linfocítica, fibrose pós infeção COVID-19, pneumonia intersticial não especifica e bronquiolite obliterante. O tempo médio de espera para transplante foi de 318,6 ± 269,6 dias (de 15 a 900 dias). Seis doentes necessitaram de Oxigenação por Membrana Extracorporal (ECMO) como ponte para TL. Um doente foi re-transplantado por rejeição aguda do enxerto. Seis doentes faleceram, um no pós-operatório imediato, os demais durante o internamento pós-TL. Os restantes doentes encontram-se vivos com uma sobrevivência média de 2,2 ± 2,3 anos.

Discussão e Conclusões

Apesar de uma maior mortalidade pré-operatória, passado esse período a sobrevida a longo prazo é sobreponível e os TL devem ser considerados como uma alternativa aos TP.

Palavras Chave

Transplante lobar, transplante pulmonar