Dados do Trabalho

Título

BIOSPIAS PROTOCOLARES DE TRANSPLANTES RENAIS COM ELEVADO RISCO IMUNOLOGICO

Introdução

As diretrizes recomendam a realização de biópsias renais protocolares (BRP) em pacientes de elevado risco imunológico (ERI) sem que haja estudos clínicos de validação. O objetivo do estudo é avaliar se BRP no 3º mês pós-transplante, em pacientes com ERI, geram condutas que se traduzam em melhora de sobrevida para enxertos e pacientes.

Material e Método

Estudo prospectivo incluindo pacientes com ERI definido por: (a) prova cruzada por citometria de fluxo (PCCF) positiva com linfócitos T e/ou B; (b) reatividade contra painel (PRA) superior a 50% em classe I e/ou classe II; (c) presença de anticorpos anti-HLA do doador (DSA) pré-formados, de classe I e/ou II. Um grupo foi constituído por pacientes com BRP e outro grupo por pacientes não biopsiados.

Resultados

Foram incluídos 119 pacientes, 56% masculinos, tempo de isquemia fria de 21±4 hs, 55,5% com PRA superior a 50%, presença de DSA I/II em 76,5% e PCCF positiva em 24%. 53 foram submetidos a biopsia, realizada 92±12 dias pós-transplante. A creatinina e a relação proteína/creatinina médias, no dia da biópsia, foram, respectivamente, 1,66±0,5 mg/dl e 0,93±25. Foram detectadas alterações em 14 biópsias (26%): (a) capilarite peritubular em 3 (5,7%); (b) nefrite por polioma vírus em 3 (5,7%); (c) fibrose intersticial com atrofia tubular em 6 (11,4%); (d) esclerose glomerular em 2 (3,8%) e (e) infiltrado celular borderline em 2 (3,8%).

Discussão e Conclusões

Os resultados apontam para uma frequência significativa de alterações subclínicas em BRP no 3º mês pós-TR, em pacientes com ERI. As análises realizadas após maior seguimento poderão esclarecer melhor o papel das BRP neste grupo de pacientes.

Palavras Chave

Transplante Renal, Rejeição, Biopsias de protocolo.