Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇAO DE RISCO IMUNOLOGICO PRE TERCEIRO TRANSPLANTE RENAL COM PROTOCOLO DE DESSENSIBILIZAÇAO

Introdução

O uso de diferentes estratégias de análise de anticorpos anti-HLA é essencial para avaliar força de DSA e se é indicado dessensibilização.

Relato do Caso

Paciente masculino, 40 anos, submetido a 2 transplantes prévios (aparentado) e perda do enxerto relacionada à má aderência a imunossupressão. Em 2023, submetido a avaliação imunológica com a esposa, foi realizada pesquisa de anticorpos anti-HLA por ensaio de fase sólida Single Antigen com soro puro e diluído, prova cruzada protocolo Halifaster com titulação (1:8, 1:16, 1:32, 1:64) e tipagem HLA por NGS da doadora.

Resultados

A doadora é genótipo HLA-DRB1*04:03 homozigoto. Foi identificado DSA HLA-B51 (3854MFI) e -DR4 (6589MFI). O MFI do DR4 nas diluições foi 1291 (1:16) e 515 (1:32). A prova cruzada com soro puro foi positiva para linfócitos T (delta 95; cutoff <90) e B (delta 352; cutoff<110). O resultado foi negativo para T e positivo para B nas diluições 1:8 (delta T:15 e B:196) e 1:16 (delta T:4 e B:138) e o resultado para B negativou na diluição 1:32 (delta: 79).

Discussão e Conclusões

Detectado 3 possibilidades alélicas, DRB1*04:03/04/11, no teste média resolução da doadora, sendo necessária a definição para avaliar o anticorpo uma vez que os reagentes comerciais não incluem a especificidade HLA-DRB1*04:11. Na análise epitopica identificamos que o HLA-DR4 compartilha o epítopo 70QT com o HLA-DR1, antígeno imunizador no primeiro transplante, aumentando o risco de resposta imunológica de memória. O resultado negativo da prova cruzada a partir da diluição 1:32, correlacionado com MFI do DSA HLA-DR4 (515) sugeriu que a dessensibilização pré-transplante será efetiva. No entanto, mesmo com o sucesso do tratamento, o risco de RMA permanece alto, sendo o monitoramento pós-transplante imprescindível para diagnóstico precoce e tratamento imediato.

Palavras Chave

DSA, Dessensibilização, Transplante Renal, Citometria de Fluxo