Dados do Trabalho

Título

FORMAÇAO E ATUAÇAO DOS CIRURGIOES DE TRANSPLANTE RENAL - PERFIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Introdução

A falta de profissionais especializados é uma causa potencial para o não aumento do número de transplantes renais (TR) no Brasil. E não há uma proposta oficial sobre o treinamento dos cirurgiões de TR e pouco se sabe sobre como se inserem no mercado de trabalho. Nosso objetivo foi traçar o perfil da formação e atuação dos cirurgiões de TR em Minas Gerais, o segundo estado em número absoluto de TR no país.

Material e Método

Estudo transversal. Convidamos os 19 centros ativos de TR em MG. Dados demográficos e de formação profissional foram coletados por pesquisa virtual dos centros e cirurgiões e comparados por modelos de regressão linear e logística.

Resultados

A resposta dos centros foi alta (89%) e metade dos cirurgiões responderam à pesquisa (39/78). A maioria dos centros eram instituições públicas de ensino, com remuneração por produção sem vínculo empregatício, com média de 6±2,4 cirurgiões/equipe e 94,2% com urologista. Os cirurgiões eram homens (95%), com idade de 46,3±9,7 anos, urologistas (59%), realizavam captação e transplante, e apenas um (2,5%) atuava exclusivamente no TR. Reportaram 13+9,4 anos desde o treinamento e atuavam em TR há 10+9,7 anos. Somente 25,6% tinham residência ou especialização em transplante, e apenas um concluiu residência em TR. Os principais motivos para não especialização foram a falta de vagas (48,4%) e 25,8% acharam desnecessária a formação. Os cirurgiões especialistas em transplante apresentavam contratos e remunerações menos favoráveis.

Discussão e Conclusões

Cirurgiões especialistas em TR são minoria, possivelmente pela dificuldade de atuação profissional exclusiva e o baixo número de vagas nos programas de residência. Esses dados podem guiar ações para aprimorar os programas de treinamento e possibilitar a formação de novas equipes de TR.

Palavras Chave

Transplante renal; Treinamento profissional; Escolha de carreira; Educação médica.