Dados do Trabalho

Título

TRANSPLANTE DE CORAÇAO E GRAVIDEZ - RELATO DE CASO

Introdução

O desejo de engravidar é comum em mulheres em idade fértil, mas cerca de metade das gestações pós transplante não são planejadas. É factível desde que inclua decisões compartilhadas com um time multiprofissional desde a preconcepção, discutindo riscos e oferecendo acompanhamento

Relato do Caso

LSA, feminino, 40 anos, transplante cardíaco em 2017 por miocardite. Um episódio de rejeição celular 2R, tratada com corticóide e mantido tacrolimo e azatioprina por intolerância ao micofenolato. Com cinco anos de transplante, paciente engravidou e seguiu em pré natal de alto risco, realizando ecocardiograma e dosagem do nível sérico de imunossupressor mais frequentemente, uso de ácido fólico e ácido acetilsalicílico, mantendo-se assintomática, com função do enxerto preservada e nível sérico dentro da normalidade. Na 29ª semana apresentou pico hipertensivo iniciando anti-hipertensivos.

Resultados

Evoluiu com pré-eclâmpsia fazendo-se necessário o parto cesariano. Récem-nascido pequeno para idade gestacional, sem complicações e ambos com alta hospitalar em uma semana pós parto.

Discussão e Conclusões

Para que a gestação seja bem-sucedida é fundamental o planejamento e o ajuste em relação à imunossupressão. Sendo o micofenolato teratogênico, recomenda-se o uso de inibidores de calcineurina, pois o risco de malformações congênitas é semelhante ao da população em geral. A azatioprina foi bem estudada devido a seu uso em indicações não relacionadas ao transplante, assim como o uso do corticóide. Desta forma, a imunossupressão deve ser avaliada e adaptada ao perfil de risco da paciente, mantendo os inibidores de calcineurina associados à azatioprina ou corticóide. Mesmo com perfil de segurança, há necessidade de interrupção da gravidez, reforçando a importância do acompanhamento rigoroso.

Palavras Chave

transplante de coração, gravidez