Dados do Trabalho

Título

DERMATOSCOPIA COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇAO DE CANCER DE PELE NAO MELANOMA EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL

Introdução

O câncer de pele não melanoma (CPNM) é o tumor maligno mais comum pós-transplante, e o diagnóstico deve ser refinado com métodos mais sensíveis como a dermatoscopia. O Objetivo do trabalho foi: 1) Avaliar a prevalência do CPNM em receptores de transplante renal (RTx) assintomáticos; 2) identificar os fatores de risco; 3) comparar a acurácia da dermatoscopia com o resultado histológico após biópsia quanto ao diagnóstico do CPNM.

Material e Método

Estudo prospectivo, desenvolvido no período de janeiro de 2022 a janeiro de 2023. Os RTxs (n=100) foram divididos em dois grupos: com CPNM (CPNM; n= 39) e sem CPNM (sem CPNM; n=61). Foram analisadas as variáveis dos RTxs relacionadas ao hábito, ao tumor e ao transplante.

Resultados

Do total de 100 RTx, 39% foram diagnosticados com CPNM. As neoplasias mais prevalentes foram o carcinoma espinocelular CEC (59%) e o basocelular CBC (41%). Os fatores associados com CPNM, com respectivos Odds Ratio e intervalos de confiança (IC 95%): foram gênero masculino 2,0 (1,3-14), idade acima de 50 anos 5,4 (2,3-12,9), exposição solar ocupacional 2,5 (1,16-14,2), ceratose actínica 6,5 (1,7-28) e histórico familiar de CPNM 7,6 (1,3-53). A comparação da hipótese diagnóstica realizada pela dermatoscopia com o resultado histológico final após biópsia mostrou índice de acerto de 81,25% para os casos suspeitos de CPNM.

Discussão e Conclusões

A dermatoscopia desempenhou um papel significativo no diagnóstico de 39% do CPNM em pacientes assintomáticos. Este estudo possibilitou a identificação dos fatores de risco e a determinação da probabilidade de desenvolvimento desse tipo de tumor nessa população. Esses resultados ressaltam a importância da dermatoscopia como uma ferramenta útil na detecção precoce e no monitoramento de lesões cutâneas suspeitas em RTx.

Palavras Chave

câncer de pele não melanoma, transplante renal, dermatoscopia