Dados do Trabalho

Título

ALTERNATIVA PARA REPERFUSAO PORTAL NO TRANSPLANTE DE FIGADO EM PACIENTE COM TROMBOSE DE VEIA PORTA GRAU III – RELATO DE CASO

Introdução

A trombose de veia porta (TVP) é uma complicação frequente na cirrose hepática (CH) e aumenta a morbimortalidade do transplante. Neste trabalho descrevemos técnica de reestabelecimento do fluxo portal num paciente com TVP grau III (Classificação de Yerdel).

Relato do Caso

Paciente masculino, 54 anos, com CH secundária à colangite esclerosante primária, com TVP grau III (Yerdel). Submetido à transplante de fígado com trombectomia da veia porta (VP) e anastomose porta-porta. No 11 pós operatório, ultrassonografia com doppler evidenciou retrombose da VP. Submetido à retransplante, sendo realizado enxerto venoso de ilíaca (EVI) de doador falecido com a veia mesentérica superior (VMS), em Y com EVI anastomosado a veia renal esquerda (VRE) com o fluxo de ambos reperfundindo a VP do novo enxerto hepático.

Resultados

Paciente apresentou boa reperfusão e função do enxerto no pós-operatório, com recuperação da função hepática.

Discussão e Conclusões

A TVP é frequente e assintomática em cirróticos e constitui fator independente de piora do prognóstico antes e após transplante de fígado. Metanálises recentes mostraram que a presença de TVP afeta negativamente o tempo cirúrgico e a sobrevida do paciente e do enxerto, mostrando maior incidência de retrombose de VP e sendo pior nos casos tipo III ou IV de Yerdel. A trombectomia com anastomose primária é a técnica mais utilizada e associada a melhores resultados, contudo, nem sempre é possivel em TVP graus III e IV. Nesses casos, outras alternativas têm sido propostas, entre elas a revascularização da anastomose renoportal ou mesentérico portal com interposição de enxertos ou mesmo a transposição cavo-portal. Em nosso caso, a combinação do fluxo renoportal e mesentérico-portal se mostrou satisfatória.

Palavras Chave

Trombose de porta; transplante hepático