Dados do Trabalho

Título

CRESCIMENTO DE CISTO OVARIANO APOS TRANSPLANTE RENAL EM USUARIA DE INIBIDOR DA MTOR - RELATO DE CASO

Introdução

Cistos ovarianos são achados comuns em mulheres em idade reprodutiva e geralmente apresentam resolução espontânea. No entanto, seu desenvolvimento pode ser um evento adverso associado ao tratamento imunossupressor com os inibidores de mTOR, usados no transplante renal. A hipótese seria de que seu efeito anti-proliferativo possa interferir com a digestão e ruptura da parede folicular, resultando em cistos de grandes dimensões. Estar na pré-menopausa e apresentar cisto ovariano previamente ao transplante seriam fatores de risco para o crescimento após uso da medicação.

Relato do Caso

Paciente do sexo feminino, 19 anos, submetida a transplante renal com doador vivo HLA haploidêntico há 20 meses, em uso de prednisona, tacrolimo e sirolimo, com função renal estável, foi admitida por síndrome urêmica. Identificada presença de volumosa lesão cística na loja anexial direita, com múltiplas loculações e septos de permeio, medindo 8,7 x 7,7 x 6,8 cm, de provável origem ovariana, que entretanto não causava obstrução ao fluxo urinário. Pesquisa de marcadores tumorais negativa e revisão de imagem prévia ao transplante renal já com identificação de pequeno cisto em ovário direito.

Resultados

Foi interrompido uso de sirolimo e indicado manter seguimento imagiológico periódico. A disfunção renal foi atribuída posteriormente à rejeição aguda.

Discussão e Conclusões

O caso relata o crescimento acentuado de cisto ovariano em mulher jovem que fazia uso de sirolimo após transplante renal, corroborando possível relação causal. O acompanhamento imagiológico de cistos anexiais em usuárias de inibidor da mTOR se faz necessário, uma vez que seu crescimento pode indicar a substituição do imunossupressor para evitar complicações, incluindo necessidade de abordagem cirúrgica.

Palavras Chave

Inibidor da mTOR; Cisto ovariano; Sirolimo; mTORi; Transplante renal