Dados do Trabalho

Título

PERFIL DOS DOADORES DE PULMAO NAO ACEITOS EM UM GRANDE CENTRO TRANSPLANTADOR DA CIDADE DE SAO PAULO, ENTRE OS ANOS 2013 E 2022.

Introdução

O Transplante pulmonar é uma opção terapêutica para pneumopatias avançadas. Segundo a ABTO, em dezembro de 2022, havia 168 pacientes em fila de TxP.

Material e Método

Analisar o perfil dos doadores de pulmão recusados e suas principais causas.
Estudo retrospectivo, baseado em planilhas de dados de doadores de pulmão recusados, entre agosto de 2013 à dezembro/2022.

Resultados

Foram recusados, 95,5% doadores de pulmão. Do total, 60,2% eram homens, com média de idade de 37,8 anos; 4,8 dias de IOT; 74,4 kg de peso e 168 cm de altura. Eram brancos (56,6%), do tipo sanguíneo “O” (50,1%). A causa mais recorrente da ME foi o AVCH (42,9%), seguido de TCE (37,3%); 41,8% dos Rx de tórax apresentavam alteração e, 26,5% indicavam um quadro infeccioso. O motivo de recusa mais comum foi gasometria alterada (45%), sendo seu resultado médio de 206 mmHg; seguido de infecção pulmonar (28,2%).

Discussão e Conclusões

A seleção rigorosa de doadores é vital para obtermos bons resultados no TxP. O perfil dos doadores recusados foi de homens, com IMC de 26,36 (sobrepeso), e de acordo com a relação PaO2/FiO2, as gasometrias indicavam algum grau de lesão pulmonar aguda. Grande parte do mundo aproveita cerca de 20% dos pulmões doados. No Brasil, essa taxa fica abaixo dos 5%. É essencial investir em educação para manutenção do doador, desde o reconhecimento precoce até a prevenção e o manuseio imediato das principais complicações da ME. A implantação de uma unidade multidisciplinar direcionada ao processo de captação/transplante foi fundamental para que o número de TxP aumentasse e se mantivesse estável mesmo após a deflagração da pandemia de COVID-19. Tais medidas podem favorecer o cenário dos transplantes pulmonares no país e, servir de referência para outros centros nacionais e internacionais.

Palavras Chave

Transplante, pulmão