Dados do Trabalho

Título

INFECÇAO POR ADENOVIRUS APOS TRANSPLANTE RENAL RECENTE – RELATO DE CASO

Introdução

A infecção por adenovírus em indivíduos imunocompetentes é em geral assintomática. Quando sintomática, um amplo espectro de manifestações clínicas pode acontecer, incluindo envolvimento respiratório, gastrointestinal e genitourinário. Nos transplantados renais, a ocorrência de nefrite tubulointersticial e cistite hemorrágica pode levar a complicações graves como perda do enxerto e morte, o que torna muito relevante a suspeição clínica para adequado manejo.

Relato do Caso

Paciente masculino, 37 anos, submetido há 3 meses a transplante renal preemptivo com doador vivo HLA distinto. Recebeu indução com imunoglobulina antitimócito 2mg/kg e na segunda semana após transplante realizou pulsoterapia com 2g de metilprednisolona para tratamento de rejeição aguda. Vinha em uso de prednisona, micofenolato de sódio e tacrolimo com boa aderência. Apresentou astenia, cefaleia e diarreia associados à disfunção renal e linfopenia, tendo sido suspenso micofenolato. Iniciou a seguir hematúria macroscópica e febre diária, com culturas de urina e sangue repetidamente negativas e exames de imagem sem alterações, evoluindo com piora progressiva de função renal e necessidade de diálise.

Resultados

Pesquisa de CMV e poliomavírus negativos, com PCR para adenovírus fortemente positivo em sangue e urina. Biópsia renal com tubulite focal e infiltrado inflamatório mononuclear intersticial leve, sem achados típicos de adenovirose. Reduzido tacrolimo e realizada imunoglobulina humana com melhora clínica e de função renal.

Discussão e Conclusões

Infecções virais com disfunção do enxerto são importantes diagnósticos diferenciais da rejeição aguda. Devido ao grande impacto na sobrevida a longo prazo e ao tratamento diametralmente oposto, é extremamente importante o pronto diagnóstico para instituição terapêutica adequada.

Palavras Chave

Transplante renal; Adenovírus; Disfunção do enxerto