Dados do Trabalho

Título

CARCINOMA HEPATOCELULAR E ASCITE REFRATARIA: O ULTRASSOM E SUFICIENTE NO PRE OPERATORIO DE TRANSPLANTE DE FIGADO?

Introdução

A ascite refratária (AR) associada à cirrose hepática é marcada pela presença de ascite intratável, apesar de aderência a dieta hipossódica e ao uso de diuréticos em doses máximas ou impossibilidade dessas doses devido piora da função renal. O transplante hepático (TH) é uma opção de tratamento definitivo a longo prazo para a AR; que, atualmente, é uma situação especial para TH e, assim, os pacientes recebem de imediato 29 pontos de MELD na lista de espera para TH, devido a alta mortalidade associada ao quadro. Nesses casos, é necessário excluir o diagnóstico de carcinoma hepatocelular (CHC) através da realização de ultrassom abdominal como rastreio com validade de até 6 meses, segundo a legislação vigente. Objetivou-se avaliar os anatomopatológicos (AP) dos fígados explantados de TH realizados devido AR, a fim de avaliar a presença de CHC não diagnosticados através dos USG realizados no pré-operatório.

Material e Método

Trata-se de estudo de coorte, retrospectivo, através da análise de prontuários médicos dos pacientes submetidos a TH devido AR no período de Janeiro de 2013 a Maio de 2023, no Serviço de Transplante Hepático da Universidade Estadual de Campinas.

Resultados

No período analisado, foram avaliados 44 TH devido AR. Destes, 11,3% apresentaram CHC no AP, sendo 3 casos com nódulo único, 1 caso com 3 nódulos de até 2cm, e um caso com 6 nódulos, com o maior de 5cm. A principal etiologia foi vírus C, e predominante no sexo masculino (80%).

Discussão e Conclusões

O USG de Abdome Total foi realizado em todos os casos, sugerindo-se assim a necessidade de realização de exame de imagem trifásico no pré-operatório de pacientes com hepatopatia crônica com AR para melhor avaliação e seleção de receptores para TH e, assim, melhor sobrevida.

Palavras Chave

Transplante de Fígado; Cirrose Hepática; Carcinoma Hepatocelular; Ascite