Dados do Trabalho
Título
IMPACTO EM LONGO PRAZO DA DISFUNÇAO INICIAL DO ENXERTO NA FUNÇAO E SOBREVIDA DO ENXERTO E PACIENTE EM TRANSPLANTADOS RENAIS DE DOADOR FALECIDO
Introdução
A disfunção inicial do enxerto (DIE) é uma complicação no transplante renal (TR) que pode estar associada a piores desfechos em longo prazo. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto tardio da DIE e sua duração na sobrevida de pacientes e no enxerto de receptores de TR com doador falecido (DF) em um centro transplantador brasileiro.
Material e Método
Estudo de coorte retrospectivo que incluiu 1182 TR com idade ≥18 anos transplantados no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2019, com seguimento de até 10 anos. A DIE foi definida pela necessidade de diálise nos primeiros 7 dias após o TR e sua duração foi dividida em períodos de 1 a 7 dias, 8 a 14 dias e >14 dias.
Resultados
A incidência de DIE foi de 810 (68,5%) casos. A sobrevida dos pacientes sem DIE em 5 e 10 anos foi respectivamente 87,4% e 71,7% e nos pacientes com DIE, 82% e 60,4% (p=0,010). Na análise multivariada o risco de óbito dos pacientes com DIE foi 1,38 (IC95% 1,006-1,830; p= 0,046). A sobrevida do enxerto censurada para óbito nos pacientes sem DIE em 5 e 10 anos foi respetivamente 94,3% e 86,5% e no grupo com DIE foi respectivamente 86,7% e 73,7% (p=0,001). Na análise multivariada o risco de perda do enxerto relacionado à DIE foi de 1,59 (IC95% 1,037-2,43; p=0,033). Períodos maiores que 7 dias foram associados a maior risco de perda de enxerto e óbito. Até 72 meses após o transplante os pacientes sem DIE apresentaram TFG maiores (60,58± 24,35 mL/min) comparado àqueles com períodos >14 dias (52,38 ± 25,9; P < 0,023).
Discussão e Conclusões
Em longo prazo a DIE determina impacto negativo na sobrevida de pacientes e de enxertos. Períodos prolongados estão associados a filtrações glomerulares inferiores ao longo do percurso dos transplantes que se mantém nos médio e longo prazos.
Palavras Chave
Transplante de rim; função retardada do enxerto; análise de sobrevida; fatores de risco.
Área
RIM - Complicações
Instituições
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
ALESSANDRA ROSA VICARI, RENATA DE MELLO MAGDALENA BREITSAMETER, MATEUS SWAROVSKY HELFER, LUIZ FELIPE SANTOS GONÇALVES, ANDREA CARLA BAUER, ROBERTO CERATTI MANFRO