Dados do Trabalho

Título

CARACTERIZAÇAO DO PERFIL DOS NAO-DOADORES DE ORGAOS POR RECUSA MEDICA EM UM HOSPITAL DE GRANDE PORTE

Introdução

A obtenção de órgãos para transplantes por meio do doador falecido ocorre exclusivamente por meio de doação. Porém, alguns protocolos abertos com potenciais doadores não se convertem em doador efetivo pela recusa médica. Objetivou-se caracterizar o perfil dos não-doadores de órgãos por recusa médica em um hospital de grande porte.

Material e Método

Estudo transversal, com coleta de dados retrospectivos de prontuários de pacientes que foram a óbito e tiveram abertura de protocolo para avaliação de morte encefálica para captação de órgãos em um serviço de referência do estado de Mato Grosso do Sul no período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2019.

Resultados

A amostra foi composta por 31 pacientes, com maioria (58%) do sexo feminino, idade média de 55 anos, ensino fundamental (54,8%) e estado civil de casado (35,4%). Em relação a recusa médica, as principais causas foram choque séptico (29%) seguida de presença de tumor (16,1%) e idade acima da recomendada (16,1%).

Discussão e Conclusões

Embora as Diretrizes brasileiras para o manejo de potenciais doadores de órgãos em morte encefálica informem que o risco de transmissão de infecção bacteriana entre doadores e receptores de órgãos é baixo, essa foi a principal causa de recusa médica no estudo. Em relação a presença de tumor, condições neoplásicas com alto risco de transmissão desqualificam de modo absoluto a doação de órgãos. No que diz respeito a idade, não existe limite máximo para a doação, porém a literatura relata aumento das comorbidades com o avançar da idade. Desta forma, caracterizar o perfil dos não-doadores por recusa médica se faz necessário para os serviços identificarem contraindicações médicas mal atribuídas e reduzir a desproporção entre a oferta e a procura por órgãos para transplantes.

Palavras Chave

Seleção do doador; Obtenção de Tecidos e Órgãos; Transplante; Epidemiologia.