Dados do Trabalho

Título

GESF colapsante secundária a citomegalovírus resistente após transplante renal

Introdução

A GESF pós-transplante renal pode estar relacionada à recidiva de GESF devido a presença do fator circulante no receptor ou à GESF de novo, quando há desenvolvimento da glomerulopatia, tendo as infecções virais como uma das causas. Neste último, o tratamento deverá ser intervir na doença de base.

Relato do Caso

Relato de caso.

Resultados

S.A.C., homem, 56 anos, DRC por DM2, proteinúria basal de 2,3g, CMV negativo, submetido a transplante renal doador falecido em setembro/22. Não realizada a sorologia para CMV no doador. Indução com thymoglobulina e manutenção com prednisona, tacrolimo e azatioprina. Apresentou função imediata do enxerto, com Cr 1,1 mg/dl.
Em outubro/22 internou por CMV doença, iniciado tratamento com ganciclovir. Evoluiu com disfunção do enxerto (Cr 2,7 mg/dl), proteinúria de 20g e DSA de novo; biópsia com alterações limítrofes de Banff. Realizada 1g de metilprednisolona por 3 dias e modificado azatioprina para micofenolato, tendo melhora da função do enxerto. Devido a persistência da proteinúria, foi feita nova biópsia que evidenciou GESF colapsante. Realizado aumento da dose do ganciclovir por persistência do CMV, evoluindo com leucopenia. Em novembro/22, o tratamento foi modificado para maribavir, fazendo uso por 8 semanas. Ao término, houve recidiva de CMV, sendo reintroduzido ganciclovir, finalizando-o em março/2023. Atualmente segue em uso de valganciclovir profilático, com redução da proteinúria para 2,7g e Cr de 1,1 mg/dl.

Discussão e Conclusões

O citomegalovírus pode ser considerado como possível causa de GESF colapsante. A gênese da doença em pós transplante, quando associada ao citomegalovírus, ainda não é totalmente compreendida, contudo, relatos descritos na literatura médica apontaram para melhora da função renal após tratamento do vírus, como também ocorreu com nosso paciente.

Palavras Chave

GESF, citomegalovirus, maribavir, transplante renal