Dados do Trabalho
Título
ALTERAÇOES MICROSCOPICAS E DISFUNÇAO DO ENXERTO POS-TRANSPLANTE HEPATICO
Introdução
A falência de enxerto é uma complicação grave do transplante hepático (TH), sendo a esteatose hepática fator relevante para sua ocorrência. A carência de enxertos no Brasil e a elevada mortalidade na fila de transplante justificam usar órgãos com critérios expandidos, como fígados com esteatose macrovesicular. O grau de esteatose é avaliado macroscopicamente pelo cirurgião no momento da hepatectomia devido à indisponibilidade de patologistas nos horários de captação. O objetivo do trabalho foi comparar taxas de disfunção precoce e não função de enxerto, taxa de retransplante (re-TH) e mortalidade com 30 dias, quando se utilizam órgãos com diferentes graus de esteatose e com outras alterações microscópicas, evidenciadas em biópsias dos enxertos realizadas durante captação.
Material e Método
Trata-se de uma coorte retrospectiva com coleta prospectiva de dados, na qual foram incluídos dados de 385 pacientes submetidos a TH no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2018.
Resultados
A incidência de re-TH foi de 2,33% e a mortalidade do TH em 30 dias foi de 6,49%. Evidenciou-se que enxertos sem esteatose macrovesicular apresentaram um fator protetor para disfunção, desenvolvida em 40,8% dos enxertos, enquanto os enxertos com esteatose severa (> 60%) apresentaram uma maior probabilidade de evolução para disfunção (90,9%). Não houve diferença estatística em relação à evolução para disfunção ou não função do enxerto de acordo com o grau de esteatose microvesicular, balonização ou fibrose hepática.
Discussão e Conclusões
O uso de enxertos com esteatose moderada, segundo os dados encontrados, não esteve associado a piores desfechos e representa alternativa em situações controladas com taxas aceitáveis de disfunção e de não função do enxerto.
Palavras Chave
Transplante hepático, disfunção primária do enxerto, biópsia, esteatose hepática, fibrose hepática.
Área
FÍGADO – Complicações
Instituições
DEPARTAMENTO DE CIRURGIA, SERVIÇO DE CIRURGIA DIGESTIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - Ceará - Brasil, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - Ceará - Brasil
Autores
JOSÉ FRANCISCO RÊGO SILVA FILHO, RAQUEL LIMA SAMPAIO, LUIZ ALBERTO FREITAS JÚNIOR, GUSTAVO RÊGO COÊLHO, CLEBIA AZEVEDO LIMA, ANNA MELISSA NORONHA OLIVEIRA, PEDRO FELIPE SOUSA PINHEIRO, GABRIEL GOMES ARAUJO CHOLLET, ITALO SOUZA PORTO, MATEUS MENDES SANTOS FREIRE, JOSÉ HUYGENS PARENTE GARCIA