Dados do Trabalho

Título

MANEJO DA IMUNOSSUPRESSAO E NIRMATRELVIR/RITONAVIR (PAXLOVIDⓇ): EXPERIENCIA DE USO EM TRANSPLANTES DE ORGAOS SOLIDOS

Introdução

A coadministração entre nirmatrelvir/ritonavir e tacrolimo gera potente inibição enzimática da CYP3A resultando em aumento da concentração sérica do tacrolimo e consequente risco aumentado das reações adversas.

Relato do Caso

Neste relato, descrevemos 2 pacientes transplantados de órgãos sólidos que utilizaram nirmatrelvir/ritonavir

Resultados

Paciente 1, submetido em junho de 2021 a transplante pulmonar. Procurou a emergência em 13/04/23 após teste COVID-19 positivo apresentando mialgia e febre. Na admissão a dose de tacrolimo era 8 mg/dia e o nível sérico (NS) 5,6 ng/mL, sendo reduzida para 4 mg/dia. Nirmatrelvir/ritonavir foi iniciado em 14/04/23 na dose padrão por 5 dias. No dia 15/04/23 foi detectado NS de tacrolimo > 30 ng/mL e o mesmo foi suspenso. NS se mantiveram > 30 ng/mL até a alta hospitalar que ocorreu 7 dias após a admissão. Houve alteração da função renal (FR) durante o período sem outras alterações clínicas.
Paciente 2, submetido em maio de 2021 a transplante hepático. Procurou a emergência em 07/04/23 após apresentar febre e tosse por 2 dias. Na admissão a dose de tacrolimo era 3 mg/dia e o NS 2,2 ng/mL. Foi coletado teste para COVID-19 com resultado positivo. Nirmatrelvir/ritonavir foi iniciado em 11/04/23 na dose padrão por 5 dias e mantido tacrolimo na dose de uso prévio. No dia 14/04/23 foi detectado NS de tacrolimo > 30 ng/mL e o mesmo foi suspenso. NS foram normalizados após 5 dias do término de uso do antiviral. Houve alteração da FR acompanhado de períodos de alteração do sensório e diarréia.

Discussão e Conclusões

O adequado manejo da imunossupressão com uso de nirmatrelvir/ritonavir ainda é incerto. O aumento pronunciado do NS de tacrolimo observado já em 24 horas após início do antiviral, reforça necessidade de monitoramento contínuo em vistas a redução de reações adversas ao paciente

Palavras Chave

Imunossupressão