Dados do Trabalho


Título

ALTERAÇOES RETINIANAS E PROGNOSTICO DA DOENÇA DE VOGT-KOYANAGI-HARADA: UM RELATO DE CASO

Introdução

A doença de Vogt-Koyanagi-Harada (VKH) é uma doença multissistêmica autoimune e inflamatória em que há uma agressão à tecidos com melanócitos. Mais frequente em mulheres (2:1) e pacientes de 20 a 50 anos, pode apresentar uma inflamação intraocular granulomatosa bilateral associada a descolamento de retina (DR) seroso e uveíte. A angiografia com fluoresceína (AGF) pode exibir hiperfluorescência coroidal, extravasamento peripapilar e pin points. A tomografia de coerência óptica (OCT) pode evidenciar DR exsudativo, espessamento coroidal e afinamento coroidal na fase crônica. A pulsoterapia associada a imunomoduladores são os pilares terapêuticos. O prognóstico visual pode ser favorável se diagnóstico e tratamento precoces.

Métodos

Relato de caso. Feminina, 33 anos, queixa de turvação visual em ambos os olhos com uma semana de evolução associado a prurido e hiperemia conjuntival. Ao exame oftalmológico, acuidade visual (AV) de 20/50 em OD e 20/30 em olho esquerdo (OE). À biomicroscopia conjuntiva clara, córnea transparente e reação de câmara anterior importante. Mapeamento de retina em AO evidenciou múltiplas lesões hipopigmentadas em média periferia, especialmente em região de arcadas temporais, compatíveis com DR seroso.

Resultados

Solicitada AGF e OCT que evidenciaram líquido subrretiniano ao OCT e hiperfluorescência coroidal difusa, compatíveis com o diagnóstico de Vogt-Koyanagi-Harada. Paciente foi submetida à pulsoterapia com corticoide via oral e evolução para visão de 20/25 sem correção após 4 meses.

Conclusões

O diagnóstico da doença de VKH envolve critérios clínicos, e exames de imagem podem evidenciar complicações. Ao OCT, pode-se observar acúmulo de fluido intrarretiniano com septos subrretinianos. Na autoflourescencia de fase aguda, foi observada hiperautofluorescência difusa de polo posterior na topografia do DR seroso. A corticoterapia inicial em altas doses via oral (ou endovenosa, em casos graves) está associada à redução na perda pigmentar, atrofia peripapilar e frequência de episódios. Agentes biológicos e imunomoduladores auximiliam controle de progressão e casos refratários. Complicações como o DR seroso, catarata secundária à uveíte, neovascularização e fibrose sub-retiniana chamam atenção para um manejo precoce e os exames e tratamentos disponíveis conferem grande relevância para a difusão de casos como o relatado, especialmente com um bom prognóstico descrito após conduta assertiva.

Palavras Chave

Vogt-Koyanagi-Harada, descolamento de retina, prognóstico visual

Arquivos

Área

GLAUCOMA

Categoria

ALUNO DE GRADUAÇÃO

Instituições

Hospital de Olhos do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

THIAGO MEISTER, AMANDA GRANERO DE CASTRO, JOÃO LEAL TEIXEIRA, HELENA GSCHWENDTNER, CAROLINA REBELLO HILGERT, CARLOS AUGUSTO MOREIRA NETO