Dados do Trabalho


Título

NEOVASCULARIZAÇAO DE COROIDE SECUNDARIA A ROTURA DE COROIDE: RELATO DE CASO

Introdução

Relatar um caso de paciente jovem com neovascularização de coroide secundária a rotura de coroide após trauma de alta intensidade.
Paciente masculino, 21 anos, motoboy, deu entrada em nosso serviço para investigação de baixa de acuidade de olho direito após quadro de Trauma Crânio Encefálico (TCE) grave por acidente automobilístico. Antecedente pessoal usuário de cocaína. Sem antecedentes oftalmológicos.
Ao exame oftalmológico: melhor acuidade visual (AV) em olho direito (OD) = 0,50 e em olho esquerdo (OE)= 1,00. Apresentava a Biomicroscopia anterior (BMA) de OD pigmentos em endotélio corneano, sem reação de câmara anterior. Na Fundoscopia de OD presença de lesão subretiniana linear temporal a fóvea descontínua, hipopigmentada, concêntrica ao disco, vasos sem alterações, retina aplicada e alteração da pigmentação retiniana nasal ao disco óptico.Restante de exame dentro da normalidade.
Autofluorescência: OD- área de hipoautofluorescência correspondente com lesão linear com hiperfluor adjacente, alguns pontos hiperautofluorescentes nasal ao disco óptico. OE- sem alterações.
Tomografia de coerência óptica (OCT): OD- elevação e descontinuidade de Epitélio pigmentar da retina (EPR) e Membrana de Bruch temporal a fóvea. OE- sem alterações.
Após 2 meses retorna com piora de acuidade visual de OD (AV = 0,1), sendo identificada neovascularização de coroide (NVC) em atividade nesse olho.
Angiofluoresceinografia: OD- hiperfluorescência por extravasamento de contraste perilesional compatível com membrana neovascular subretiniana. OE- sem alterações. OCT: OD- presença de material hiperrefletivo sobre o EPR e fluido subrretiniano.
Iniciado tratamento com injeções intra-vítrea mensais de antiangiogênico, ocorrendo regressão de neovascualrização e melhora de acuidade visual após 3 meses.

Métodos

Estudo retrospectivo de análise de prontuário

Resultados

A rotura de coroide ocorre em 5% dos traumas contusos de alta energia. Decorrente da descontinuidade da membrana de Bruch, EPR e coriocapilar. A neovascularização é parte do processo cicatricial e pode regredir ou ser persistente em 5% das roturas. Fatores de risco são localização <1500micras da fóvea; extensão >2,35mm de neovascularização e idade >65 anos. Os tratamentos descritos incluem fotocoagulação a laser, antiangiogênicos intra-vítreo ou vitrectomia via para plana.

Conclusões

A neovascularização de coroide pode ocorrer em traumas de alta energia.

Palavras Chave

Retina, neovascularização, rotura coroide

Arquivos

Área

RETINA

Categoria

RESIDENTE OU FELLOW

Instituições

HOSPITAL OFTALMOLÓGICO DO INTERIOR PAULISTA (HOIP) - São Paulo - Brasil

Autores

LIVIA NORCIA ZENERATO, ANA CAROLINA YUMI ITIKAWA, RAPHAEL CAETANO ROSA ABREU, LEONARDO CUNHA CASTRO, ALESSANDRO JOSE RODRIGUES DARE